Para Josephine em Milão
Para Josephine em Milão,
enviado de Verona, 13 de Novembro de 1796
Bonaparte
enviado de Verona, 13 de Novembro de 1796
Deixei de vos amar e, pelo contrário, odeio-vos. Sois horrenda, muito grosseira, muito estúpida, uma verdadeira Cinderela. Não me escreveis de todo, não amais o vosso marido. Conheceis o prazer que as vossas cartas lhe dão, e não escreveis nem seis linhas, mesmo numa caligrafia descuidada.
O que fazeis o dia todo, Madame? Que assunto importa mais para vos tomar o tempo, impedindo-vos de escrever ao vosso bom amante? Que afeição vos faz reprimir e apartar o amor, o terno e constante amor, que lhe haveis prometido? Quem pode ser este maravilhoso, este novo amante, que absorve todos os vossos momentos, tiraniza os vosso dias, e vos impede de ser solícita para com o vosso marido? Josephine, tem cuidado, uma destas noites as portas vão abrir-se, e eu estarei aí.
Na verdade, estou ansioso, minha boa amie, por não receber notícias tuas; escreve-me depressa quatro páginas, dizendo aquelas coisas ternas que enchem o meu coração de sentimento e prazer.
Espero há muito estreitar-te nos meus braços e fazer chover sobre ti um milhão de beijos tão quentes como o Equador.
Bonaparte
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