Pele
Todo
o corpo em estado de alerta quando sente o toque dele. Como uma emergência.
Como se a chamasse. Inevitável.
Tudo
vibra quando o som que sai daquela boca é captado pela audição dela, que parece
mais apurada. Como se o ruído à sua volta desaparecesse. Como se o mundo
parasse. Asfixiante.
Na
vida que vivem, não se podem conhecer. Não se podem tocar nem sentir o cheiro
um do outro. Porque a vida nem sempre é como queremos, não é? Dizem que sim. O
que eles não sabem é que eu sei que há lugares secretos, recantos escondidos,
espaços invisíveis. Há sítios de que mais ninguém sabe e que podem descobrir
juntos. E quando cederem, quando viverem para lá da vida que vivem, quando se
deixarem conduzir pelos sentidos e se perderem na pele um do outro, quando ela
sentir o cheiro dele, quando ele acariciar os cabelos dela, quando entrelaçarem
os dedos e se conseguirem olhar nos olhos, quando se despirem do que são lá
fora, quando sorrirem juntos, quando se abraçarem, quando se beijarem, quando
ela adormecer com a cabeça no peito dele, quando doer a partida, então viveram.
Menina Lamparina
Comentários
Postar um comentário