Amor-a-dias


O amor tem dias, como a poesia.

Ainda um nome que de repente acrescenta mais tinta às letras, mais negro à tinta…

Não foste o nome que nos sabia ter de respirar passados para ler futuros? Eu sou o nome que quer que comecem cedo esses dias!

E muitos nomes que são o princípio de poucas coisas.

Coisas propositadamente perdidas.

Só nunca percebi de que te serviu correr mundo, se quando eu queria chegar tu partias? O amor não se pode transportar em malas! – (nem fica bem se for telecomandado)

Será que ainda seria coisa nenhuma,

Se sobre o teu peito de terra pousasse a minha mão, e te sentisse
Respirar?

Ou já nem a chuva te quer e não te molha, que não cheira bem contigo!

Poeira que nunca assentou é chuva que ainda apetece. Mas parti na véspera disso tudo.

Estou bem, obrigada.

A poesia tem dias, como as abelhas.

Ah! Quem me dera ter mais do que esses dias…




Maria Supertramp

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