Imo
Conheço uma palavra que traiu todos os efeitos dos exercícios de repetição: amizade.
Essa felicidade que não se encontra nem se conquista, merece-se.
Ter amigos é reconhecer a nossa imperfeição, é ser inteiro, não possuir, cultivar, é sermos mais porque gostamos não porque é necessário, é ser completo de uma maneira que por vezes nos faz desejar não conhecer mais ninguém. Círculo. Perfeição. Esperança. Escolha. Maravilhosos mundos novos. Milagres onde o coração encontra vida.
Como me fazeis feliz…
Consideremos então a amizade: universo de pequenas coisas, espaço de renovação da luz.
A amizade não é um lugar onde possamos ir sozinhos.
E os amigos: abro janelas para todos os sítios do mundo quando vos quero ver e não estais comigo – que a paz é uma aparência de lugar que poucos conhecerão enquanto não compreenderem a Natureza, ou os Amigos, ou a natureza dos amigos. Algumas janelas abrem para dentro de mim. Na natureza, desde essas janelas, visitam-me os amigos. Abraço-os quando toco as árvores, conversamos quando cantam os pássaros e as folhagens, viajamos juntos quando percorro a braço as ondas e a brisa das falésias me eleva e a visita do entardecer é morna e acalma as fúrias que arrasto comigo. Mas só porque me acompanhais. E assim, estamos sempre juntos.
Concluo sempre que o que me contenta na vida é quanto ainda espero dela e desejo partilhar convosco: amigos são pintores de ilusões, motores de esperança, brisa morna que me aconchega na contrariedade, obra inacabada!
Os dias que nos pertencem, e os que nos pertenceram, mais do que memórias da minha vida são desejos de as continuar a construir convosco.
Desejo-me a boa-sorte de nunca vos ver partir.
Estranha forma de amar!
Abraços intermináveis, risos longos, saudades terríveis: dos tempos – de todos os tempos, dos amigos – só dos amigos.
Já se detiveram no pensamento das consequências do desaparecimento desses amigos na vossa vida?
Como seria com o vazio da vossa ausência, com o não poder ver mais nem tocar nem falar? Não poder mais!
Não quero.
Como me fazeis falta…
Não sabeis a falta que me fazeis…
Para sempre, convosco, é já ali!
Maria Supertramp
Gostei muito muito!! :))
ResponderExcluira Supertramp é a GAJA!e os amigos...os amigos...;))))
ResponderExcluirPara as pessoas que acham que vão morrer cedo, ler isto é muito bom! Ou muito mau... ;)))
ResponderExcluirGostei muito!
:)
Adorei o teu Imo, verdadeiro hino à amizade. Que os deuses te coroem das graças que dás aos outros.
ResponderExcluirObrigado, Maria!A essência deste blog é o sentir e a partilha desse sentir...Felizmente temos tidos sentires muito especiais, como este da Supertramp, e pessoas fantásticas (todos vós)a querer este sentir...
ResponderExcluirAngie, é muito muito bom e faz-nos pensar nas coisas que realmente importam na vida, faz-nos olhar para o lado e agradecer...